Wayra Brasil
December 17, 2021

Forte adoção do Pix no Brasil aponta horizonte positivo para fintechs que se adaptarem às novidades de open finance no país

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O Pix, um meio de pagamento eletrônico instantâneo, seguro e de baixo custo que foi rapidamente adotado pelos brasileiros, completou no último mês de outubro o primeiro ano do seu lançamento. Criado pelo Banco Central Brasileiro, o Pix funciona 24h por dia, 7 dias por semana, e permite transações entre instituições financeiras, fintechs e instituições de pagamento, caindo rapidamente no gosto dos brasileiros

Segundo um levantamento da FGV, nos seus primeiros 100 dias o Pix já era conhecido por quase todos os brasileiros que se interessavam pelo formato de pagamento, não tanto pelo baixo custo, mas principalmente pela facilidade e rapidez do novo método de pagamento.

Em paralelo ao sucesso do Pix, o Banco Central Brasileiro segue atuando em estratégias de open banking e open finance, que têm em comum o objetivo de tornar o sistema financeiro nacional mais moderno e reduzir a burocracia nos processos financeiros dos brasileiros.

Enquanto o Pix acelera os pagamentos e transferências de valores, que podem acontecer em qualquer momento do dia em questão de poucos segundos, o Open Banking vem com foco em facilitar que os clientes sejam os verdadeiros donos dos seus dados financeiros, podendo migrar facilmente entre instituições bancárias e facilitar o acesso a serviços financeiros inovadores.

Ambas as iniciativas fazem parte do plano Agenda BC+, que tem como intuito ter maior transparência sobre as medidas do BC para democratizar o acesso ao sistema financeiro nacional a curto, médio e longo prazo. Esse movimento da principal autoridade monetária do país promete gerar um efeito em cascata que vai beneficiar os cidadãos, que poderão se valer de uma variedade muito maior de serviços, que poderão vir não só de bancos e instituições financeiras, mas também de startups focadas no setor de finanças, as fintechs.

Para Calil Gedeon, CFO da Monkey Exchange, o ponto central destas mudanças que direcionam questões como a chegada do Pix, e também processos como open banking e open finance, é reconhecer que os consumidores de serviços financeiros detém a propriedade dos seus dados, o que abre oportunidades de mercado para quem quiser melhor atendê-los. “Os novos entrantes poderão oferecer uma ampla gama de produtos a esses clientes, já que não possuem mais a barreira dos anos de relacionamento com as instituições financeiras tradicionais em um setor altamente concentrado”, analisa.

Aproveitando essa oportunidade, muitas fintechs já estão acelerando o plano de lançamento de novos produtos, aproveitando a maior abertura dos dados dos consumidores — com a devida autorização, é claro.

Na QueroQuitar!, startup especializada em conectar credores com oportunidades de quitação de dívidas a custos mais em conta, a expectativa para o futuro é conseguir desenhar um perfil do potencial de pagamento de dívidas por parte dos devedores a partir do uso de dados autorizados por eles, por exemplo.

Já a Monkey Exchange, que atua com a antecipação de recebíveis, lançou o Spike, serviço que permite que os lojistas que fazem vendas com cartão de crédito (geralmente vinculados a uma determinada maquininha) pudessem antecipar esses recebíveis com qualquer outro player do mercado. “Dessa forma, o lojista passa a ter mais liberdade e pode buscar as melhores condições de mercado com qualquer agente financeiro”, explica Gedeon, reforçando que esse tipo de competição que beneficia o consumidor está bem alinhada com o propósito da startup, que quer proporcionar um mercado financeiro mais justo e democrático.

E isso é só o começo. Para Marc Lahoud, CEO da QueroQuitar!, uma das principais mudanças que as novidades como o Pix e o Open Banking/Open Finance poderão causar é modificar a forma como as pessoas se relacionam com a educação financeira, já que gera uma curiosidade e interesse no tema. Além disso, o empreendedor acredita que as novas estratégias do Banco Central tendem a democratizar o acesso às informações de crédito das pessoas, aumentando o número de modelos analíticos. “Surgirão outras formas de definir o score de crédito, inclusive para pessoas negativadas, que antes não tinham chance de captar crédito no mercado”, prevê.

Enquanto o Pix segue crescendo em adoção, transacionando mais de R$ 1 trilhão em mais de 2 bilhões de transações, atraindo mais de 102 milhões de CPFs e mais de 7 milhões de CNPJs, a previsão para o próximo ano é que o Banco Central apresente novas modalidades de Pix que vão trazer ainda mais oportunidades financeiras para os consumidores.

“A previsão de adoção da duplicada no Pix permitirá a antecipação de cobranças, que é um nicho no qual já atuamos e esperamos expandir”, promete Gedeon. Além disso, a chegada do Pix Garantido, que permitirá o parcelamento de pagamentos via Pix, também é uma oportunidade para a fintech. “Poderemos oferecer a antecipação desses recebíveis no nosso marketplace, que só em 2021 já transacionou mais de R$16 bilhões em um ecossistema que conecta mais de 300 mil empresas, entre instituições financeiras, fornecedores e compradores”, detalha o CFO.

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